A data destaca a relevância da atenção à saúde auditiva e a necessidade de prevenção
Em 3 de março, celebra-se o Dia Mundial do Cuidado Auditivo, uma data que ressalta a importância da saúde auditiva. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, 2,2 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva.
A triagem auditiva neonatal universal (TANU) consiste no rastreamento auditivo de todos os recém-nascidos, preferencialmente antes da alta hospitalar, devendo ser realizada até os primeiros 30 dias de vida. No Brasil, o Comusa (Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva), formado por pediatras, otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e audiologistas, está em constante desenvolvimento de protocolos atualizados para a monitorização e o devido diagnóstico audiológico na primeira infância.
A médica otorrinolaringologista e foniatra, docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), Dra. Mariana Loch, ressalta a importância da avaliação auditiva em crianças com comprometimentos no desenvolvimento de fala e linguagem, mesmo tendo passado pela triagem auditiva neonatal. “Crianças com atraso no desenvolvimento de fala e linguagem devem ser reavaliadas, pois a audição é uma das principais vias sensoriais de percepção do mundo nos primeiros 3 anos de vida. Além disso, podemos ter causas progressivas de perdas auditivas. Essa privação sensorial pode impactar não somente a fala, mas também o desenvolvimento motor, cognitivo e práxico das crianças; por este motivo, o diagnóstico precoce de perda auditiva é fundamental”.
A falta de informações precisas e atitudes estigmatizantes em relação às doenças do ouvido e à perda auditiva muitas vezes impede as pessoas de buscar cuidados adequados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo apresentam algum grau de perda auditiva, e cerca de 430 milhões necessitam de reabilitação auditiva. Sinais como falar alto, aumentar o volume de aparelhos eletrônicos, zumbido no ouvido e sensação de ouvido tampado são indicativos de que é hora de procurar um otorrinolaringologista.
Dra. Mariana Loch explica que a perda auditiva não tratada pode levar a consequências graves, como isolamento social, depressão, declínio cognitivo e aumento do risco de demência. Além disso, a sobrecarga do cérebro para processar sons pode resultar em fadiga mental e dificuldades de memória.
Para proteger a audição, a docente do IDOMED recomenda adotar algumas medidas práticas no dia a dia. “Evite a exposição prolongada a ruídos altos, utilize protetores auriculares em ambientes barulhentos, mantenha o volume de dispositivos eletrônicos em níveis seguros e trate infecções de ouvido corretamente. Além disso, é importante dar descanso aos ouvidos após exposição a sons intensos e evitar o uso de objetos para limpar o canal auditivo”, finaliza.